GUINÉ BISSAU


Pais da Costa Ocidental da África

Capital - Bissau

Línguas - Oficial - Português
- Crioulo da Guine Bissau
27 dialetos

Governo - Republica

Presidente - Malam Bacai Sanhá

Primeiro Ministro - Carlos Gomes Junior

Àrea total - 36.544 Km²

População - 1.450.000 Hab

Moeda - Franco CFA Africa Ocidental

Alfabetização - 44,8%

Religião :
- Animista 50%
- Islamismo 45%
- Cristianismo 5%

Economia - Agricultura e pesca

Arquipélago dos Bijagos

Faz parte da Guiné Bissau, com 88 ilhas 21 são habitadas reserva da biosfera.

Área: 2.624Km

População: 30.000 Habitantes

Língua Bijágo e Crioulo

Religião: Animistas
Fauna; macacos, hipopótamos, crocodilos, aves pernaltas, tartarugas marinhas, lontras e golfinhos.

Arquipélago dos Bijagós - Guiné-Bissau

            O modo de vida, os costumes tradicionais e o caráter sagrado de alguns locais explicam o estado de conservação excepcional do meio ambiente. O arquipélago constitui por essa razão um dos principais locais de reprodução dos recursos haliêuticos do país, representando a pesca um pilar da economia nacional. O meio marinho é um verdadeiro reservatório de diversidade biológica de importância internacional: ilhéus ocupado por colônias de aves marinhas; praias utilizadas por milhares de tartarugas marinhas para a desova; áreas lodosas freqüentadas por mais de 700 000 aves pernaltas migratórias; mangais povoados de manatins e lontras; hipopótamos transformados pelo tempo em animais marinhos; crocodilos; canais habitados por golfinhos.
            Os fuselos reproduzem-se na Europa e migram para África, acabando por ser um laço entre estes dois continentes É por reconhecer o valor deste patrimônio que o arquipélago foi classificado pela UNESCO como Reserva da Biosfera.
            Desde há alguns anos que numerosas influências exteriores interferem com este equilíbrio secular. O arquipélago, outrora fechado sobre o seu mistério, é hoje sujeito a muitas cobiças. Os seus recursos naturais, ainda abundantes, atraem a pesca industrial da Europa e da Ásia que, apesar das proibições, vêm lançar as redes durante a noite nos canais que separam as ilhas. As pirogas artesanais vêm de diferentes países da sub-região para pescar em particular os tubarões, cujas barbatanas são apreciadas nos mercados asiáticos.
            As paisagens harmoniosas e selvagens do arquipélago atraem promotores turísticos muitas vezes pouco preocupados em respeitar o meio ambiente ou a sociedade tradicional. A globalização dos mercados encoraja a monetarização progressiva da economia dos Bijagós, que se orienta pouco a pouco para culturas comerciais como o caju em detrimento das zonas de palmeiras. E já se antevêem riscos maiores como a exploração petrolífera offshore ou estaleiros de desmantelamento de barcos velhos, com o seu séquito de poluições.
            O arroz constitui a base da alimentação enquanto que as palmeiras fornecem frutos, óleo e vinho, bem como uma vasta gama de produtos usados na alimentação, artesanato, habitação, etc.
            O essencial das proteínas animais é fornecido pelas conchas, peixes e animais de capoeira. Os Bijagós são a principal etnia que povoa este arquipélago composto por 88 lhas e ilhéus. Só habitam em permanência cerca de 20 ilhas, em tabancas (aldeias) com asas de adobe e palha. O meio ambiente é constituído por savanas, almeirais e mangais onde os recursos naturais são abundantes. As paisagens são marcadas pela formação do arquipélago no delta do rio. Jovens bijagós trajadas com saias de palha de arroz. As ilhas, separadas por canais, são bordadas por zonas lodosas que são cobertas ou descobertas em função das marés, impondo o seu ritmo à vida dos homens e da natureza.
            Com a participação do Estado, das autoridades tradicionais e das organizações nacionais e internacionais está a decorrer um processo para, no quadro da Convenção do Patrimônio Mundial da UNESCO, promover a classificação do arquipélago dos Bijagós como SÍTIO DO PATRIMÓNIO CULTURAL E NATURAL MUNDIAL. Esta marca de prestígio, que reconhece o valor universal de um lugar, constitui uma garantia de proteção internacional que poderia revelar-se crucial para permitir que a sociedade dos Bijagós e o seu meio ambiente conservem o seu equilíbrio, ao mesmo tempo em que enfrentam os desafios do desenvolvimento. A etnia Bijagós ocupa as ilhas habitadas do arquipélago.
            A sociedade Bijagós rege-se por uma grande quantidade de ritos (cem dias por ano são consagrados a cerimônias tradicionais) relacionados, em grande parte, com a vida selvagem. Por exemplo, a ilha de Poilão, o maior local do Atlântico- Este para a desova das tartarugas verdes, descoberto há apenas alguns anos, é um lugar sagrado onde não se pode verter sangue, nem humano nem animal. Para desembarcar nesta ilha é necessário pedir a autorização dos espíritos. Este tabu, muito respeitado, permite que as tartarugas possam desovar dezenas de ovos sem enfrentar qualquer predação humana. Por outro lado, existem ilhas onde os animais são considerados sagrados pela população: por exemplo, os hipopótamos na ilha de Orango ou os tubarões na ilha Formosa. Os Bijagós são também conhecidos pelas suas esculturas, consideradas como das mais interessantes de África. Perdidas no esquecimento há 40 anos, as ilhas nunca foram atingidas pelo desenvolvimento colonial, com exceção de dois portos muito modestos, Bubaque e Bolama, outrora capital da Guiné-Bissau. Não sendo marinheiros, os Bijagós estabelecem-se em aldeias no interior das terras; vivem da colheita, duma agricultura muito primitiva e da pesca praticada andando a pé. Os bancos de areia e os labirintos de canais onde a navegação é difícil travaram até agora o desenvolvimento da pesca comercial. Mas o esgotamento geral das reservas de peixe na costa africana alimenta cobiças e os pescadores do Senegal e da Guiné-Conacri, entre outros, começam a explorar cada vez mais estes locais, incrivelmente ricos em peixe, ao ponto
De criar por vezes aldeias costeiras. O arquipélago está ameaçado. Os perigos aumentam devido à exploração excessiva das zonas de reprodução de peixe e, mais recentemente, devido à projectos anárquicos de desenvolvimento turístico. Três ONG, a Tiniguena - esta terra é nossa, a UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e a FIBA (Fundação Internacional do Banc d’Arguin), trabalham no arquipélago, em colaboração com as tabancas (aldeias) bijagós, para combater esses perigos. Cada proposta é apresentada à assembléia dos régulos e à população. Os seus objetivo são a educação, a prevenção sanitária, a defesa do meio ambiente e a gestão dos recursos naturais, para assegurar o desenvolvimento durável deste arquipélago único e ajudar os Bijagós a assegurar o seu futuro no respeito pelos seus costumes e pelo meio ambiente.
            BIJAGÓS ARQUIPÉLAGO ESQUECIDO Ao largo da Guiné-Bissau, o arquipélago dos Bijagós é um conjunto de 88 ilhas e ilhéus perdidos no Atlântico. Um quarto das lhas não é habitado. As ilhas são cobertas de vegetação tropical: florestas úmidas, mangais e savanas. As suas águas são das mais ricas em peixe de África. Abrigam também uma fauna original: hipopótamos – por vezes qualificados como marinhos porque são os únicos no mundo a viverem em água salgada-tartarugas, golfinhos, manatins, répteis e aves. Um milhão de aves limícolas, aves pernaltas que emigram para a tundra, passam o inverno nos Bijagós, assim como flamingos, pelicanos, garças, garajaus, etc. Mas muitas das suas riquezas naturais ainda não são conhecidas. A criação de dois parques nacionais e de uma Reserva da Biosfera (no quadro do projeto Man and Biosphere da UNESCO) ilustram este interesse fora do comum.